Meus caros leitores, vejo muitas pessoas quase a congratular o professor Manuel Machado por ter dito e passo desde já a citar: "Eu, com uma equipa de três milhões, a jogar no Dragão contra uma equipa de 80 ou 90 milhões? Isto assim não tem interesse nenhum!" De seguida referiu:
"Isto conta o campeonato dos três clubes grandes, o resto é carne para canhão. Se o negócio seguir este caminho, estará condenado".
Ora bem, para mim isto não é novidade nenhuma e o professor Manuel Machado que me desculpe mas ele não descobriu a "pólvora". Todos nós sabemos a discrepância que existe entre os mais diretos concorrentes ao titulo em relação ao SC Braga e ao Vitória SC e muito mais é a diferença para as restantes equipas da Liga NOS. Não precisamos de ir mais longe, basta olharmos para os valores dos direitos televisivos que se oferece aos clubes menores em relação aos três "grandes". Estes clubes já são intitulados grandes pelo historial, pela massa associativa e com estes direitos televisivos, patrocínios, marketing, bilhética, é normal a diferença entre os clubes.
Este problema não pode ser resolvido pela Federação portuguesa de futebol, nem pelo presidente da Liga, nem pelo Secretário de estado do Desporto. A UEFA e a FIFA, que são os órgãos que tutelam o futebol, pouco ou nada fazem para acabar com esta diferença, não me parece que internamente se consiga resolver esta situação.
Eu por um lado entendo o que diz o treinador do Moreirense, é realmente complicado jogar com uma enorme diferença de qualidade individual e por consequência uma diferença de qualidade no coletivo, mas isso faz parte. Como se costuma dizer, "odeia o jogo, não o jogador"! O FC Porto (neste caso) não tem culpa que exista esta diferença, se é permitido que haja esta disparidade enorme de orçamentos, sem que ninguém com responsabilidades coloque um travão, não é certamente os clubes com maior poderio que o vão fazer.
Obviamente que depois tenho que recorrer a outras Ligas com outro poderio financeiro e que logicamente causam ainda uma maior diferença para com as nossas equipas "grandes".
A Premier League tem por exemplo direitos televisivos altíssimos e o último classificado por exemplo desta ultoma edição da Liga Inglesa recebeu, imagine-se, 107,5 milhões de euros. É realmente muito, muito dinheiro, mas o vencedor recebeu 173,4 milhões de euros.
Só em Inglaterra é que uma equipa que luta para a manutenção é que pode adquirir jogadores por valores a rondar os 7 ou 8 milhões de euros, quando não perdem a "cabeça" e quebram recordes de transferências do clube com contratações de 14 ou 15 milhões de euros, ou até mais.
Em Portugal isto é inimaginável que algum dia aconteça.
Depois há ainda a chegada dos empresários Chineses e os "Sheik's do petróleo, que aumentaram ainda mais a diferença de orçamentos em certos países, como o Paris Saint Germain, o AC Milan ou mesmo o Manchester City.
Estes e outros clubes com o poder de contratar tudo e todos, fazem com que os "grandes" de Portugal também sintam essa diferença, embora numa dimensão diferente dos emblemas internos do nosso futebol, mas sentem.
Por isso não era preciso o professor Manuel Machado proferir estas palavras, porque mesmo ele não queira arranjar desculpas para ter perdido, fica sempre essa ideia e depois não vai há muito tempo, que equipas sem grandes recursos bateram e batem o pé aos grandes clubes do futebol europeu...por vezes batem e de que maneira. É raro, mas acontece!
A Bola É De Todos
Sem dúvida ! O problema ontem no fcp-moreirense, ñ foi a diferença de orçamentos, foi sim o facto de não terem uma equipa.
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