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Ainda se lembra de... Andriy Shevchenko



Caros leitores, está semana o nosso "Ainda se lembra de..." "viajou" até Dvirkivshchyna, antiga União soviética, hoje, considerada Ucrânia, onde nasceu a antiga estrela do futebol mundial Andriy Shevchenko.

Andriy Mykolayovych Shevchenko nasceu no dia 29 de Setembro de 1976 numa pequena aldeia no norte da Ucrânia.
Com 10 anos de idade, Sheva(como era tratado) impressionou um olheiro do Dínamo de Kiev, o melhor clube ucraniano.
Integrou de imediato o clube e pouco tempo depois participou num torneio de sub-14 anos ficando conhecido internacionalmente. Tornou-se o melhor marcador dessa competição e ficou referenciado pelos melhores clubes europeus, mesmo com tenra idade.
Na época 94/95, Shevchenko teve a sua primeira oportunidade na equipa principal do Dínamo. Com apenas 18 anos de idade e sendo uma promessa emergente do futebol daquele país, o jovem prodígio não desperdiçou a oportunidade dada pelo József Szabó. Mas foi o mítico Valeriy Lobanovs'ky ( o idealizador do chamado futebol científico) que na temporada seguinte lhe deu a titularidade e foi aperfeiçoando cada vez mais Andriy Shevchenko.
No dia 5 de Novembro de 1997, chamaria até si todos os holofotes! Com 21 anos, marcou um 'hat-trick' em Camp Nou frente ao Barcelona de Louis Van Gaal. Dois erros clamorosos de Vitor Baía em duas infelizes saídas da baliza e através de uma grande penalidade. Três golos numa vitória de 0-4 frente ao Barça de Pep Guardiola, Luis Figo, Rivaldo e companhia.
A última temporada seria a época que abriria as portas do futebol europeu a Shevchenko...a época 98/99! A excelente campanha que o Dínamo fez na Champions League foi a montra necessária para que podesse dar o salto para outro patamar futebolístico. Os 3 golos no agregado dos dois jogos que Sheva marcou ao detentor do troféu Real Madrid, eliminando o clube espanhol da prova milionária e mais tarde os dois golos na meia-final frente ao Bayern de Munique, foi a cereja que faltava no topo do bolo.
No total foram168 jogos e 96 golos como profissional, onde foi sempre o melhor marcador da Liga ucraniana.
Foram cinco temporadas ao serviço do Dínamo de Kiev onde mostrou toda a sua capacidade e frieza finalizadora.

Eram muitos os interessados nos seus serviços, mas foi o AC Milan que desenbolsou nada mais nada menos do que 26 milhões de euros para conseguir assegurar os préstimos de Sheva.
A sua primeira época (99/00) em Milão, confirmou o que já se perspetivava para Andriy Shevchenko. Os 29 golos em 43 jogos e, tornando-se como melhor marcador da Série A, fizeram o seu nome surgir como uma nova estrela do futebol Mundial.
Com o passar do tempo, com mais jogos e mais golos, Sheva tornou-se num ponta de lança temível para qualquer guarda-redes.
No ano de 2003, conquistou a Champions League frente à Juventus em pleno Old Trafford, sendo ele a marcar o penalti decisivo frente a Gigi Buffon.
O ucraniano foi o primeiro jogador da história do seu país a conseguir alcançar tamanha glória.
No ano seguinte, venceu o Ballon d’Or ficando à frente por exemplo, de Ronaldinho Gaúcho.
Shevchenko tornou-se assim no terceiro jogador ucraniano a conseguir o tão prestigiado prémio a seguir a Oleg Blokhin e a Igor Belanov, mas é o único a conseguir o título de melhor jogador do mundo depois da Ucrânia independente.
Para a FIFA foi considerado o terceiro classificado com Thierry Henry a ficar no segundo posto e o grande vencedor a ser o craque brasileiro, Ronaldinho Gaúcho.
Em 2005 teve possivelmente a maior desilusão da sua carreira. O encontro da final da Champions League diante o Liverpool, que os meus leitores certamente se recordam, do resultado de três golos que a equipa italiana tinha conseguido antes do interregno e nos primeiros 15 minutos da segunda parte o conjunto inglês acabaria por conseguir igualar o resultado e posteriormente vencer o troféu. Nessa noite, o guardião Jerzy Dudek, fez melhor do que havia feito Buffon no passado e levou a melhor sobre Shevchenko no penalti final.
Em sete épocas ao serviço do clube de Milão, Sheva fez parte de uma dupla de grande importância no futebol europeu com Pipo Inzaghi. Tornou-se numa referência histórica do clube, uma lenda viva dos 'rossoneri'.

Andriy Shevchenko foi a contratação sonante do Chelsea de José Mourinho para a temporada 06/07, com uma transferência a rondar os 45 milhões de euros,
mas na globalidade não correu como se esperava. O impetuoso jogo que se pratica na Premier League, o duelo com Didier Drgba na procura de conseguir lugar no 11 inicial e mais tarde as lesões e os problemas com o técnico português, foram os motivos para não conseguir triunfar em Inglaterra. Mesmo com tantas dificuldades nas duas épocas, esteve presente em 76 jogos dos 'blues', mas faturou apenas por 22 ocasiões.
Para a época 08/09, surgiu a possibilidade de regressar a Milão numa cedência a titulo de empréstimo.
Quando saiu para o Chelsea em 2006, foi substituído por Ronaldo Lima, o 'fenômeno'. O avançado brasileiro foi o principal responsável pelo seu regresso duas épocas depois. Como sabemos Ronaldo tinha constantes problemas físicos nesta altura da sua carreira e esta era uma boa oportunidade para Shevchenko voltar aos melhores tempos da sua carreira mesmo com 33 anos.
Marcou presença em 26 jogos e marcou apenas 2 golos, nesta nova passagem por Milão, mas no seu tempo de jogo não esteve tão mal quanto os números apresentam.
No final da temporada, pôs um ponto final na sua ligação ao conjunto inglês e regressou ao seu clube de formação, o Dínamo de Kiev.

Mesmo numa fase mais descendente da carreira, e com menos lesões do que havia tido no passado recente, completou 3 épocas num bom nível, conquistou uma Supertaça da Ucrânia, foi importante no percuso do Dínamo na Europa League 10/11. Como prémio da sua boa forma, mas também por todo o prestígio que tinha conseguido para o país através da sua carreira de elevado nível, foi convocado para o Euro 2012.
Pouco tempo depois colocaria um ponto final na sua carreira e é nos dias que correm o Selecionador da Ucrânia.


Em termos de Seleção, Sheva não pertencia a nenhuma potencia. Embora a Ucrânia tenha tido sempre excelentes jogadores, o coletivo ficava sempre aquém das expectativas. Foi eliminado em 4 fases de qualificação, duas para Euro e outras tantas para Mundial. No entanto concretizou o sonho de marcar presença num Mundial o que aconteceu em 2006 na Alemanha. Devido às lesões não esteve no seu melhor.
O Euro 2012 foi organizado pelo seu país em conjunto com a Polónia o que tornou possivel a estreia absoluta da sua Ucrânia num Campeonato da Europa. Shevchenko entrou na história da sua Seleção ao marcar os dois golos primeiros golos na competição e que originou uma remontada frente à Suécia.

Na globalidade dos números da sua carreira, Andriy Shevchenko esteve presente em 761 jogos e marcou 370 golos.


Em termos de características, Andriy Shevchenko era um ponta de lança muito completo no alto do seu 1.83m. Rápido, com frieza e grande capacidade na finalização, mostrava excelentes argumentos com ambos os pés assim como também tinha um excelente jogo aéreo.

#Curiosidade: A família de Shevchenko foi afetada pelo desastre de Chernobyl ( maior acidente nuclear da história). A sua aldeia ficava a menos de 250 km e portanto, também foi afetada.
Com 9 anos de idade, Shevchenko teve que se mudar para outro lugar , para escapar aos efeitos secundários da catástrofe.
Depois disso, Sheva preferiu o boxe ao futebol e chegou mesmo a competir na Liga Júnior Ucraniana LLWI. Para o bem do futebol mundial, reconsiderou, ajudou e também proprocionou momentos de grande espetáculo.

Este jogador acabou a carreira num passado não muito longínquo comparativamente às outras duas edições da rubrica, mas foi o escolhido (não só, mas também) por ter sido um dos números "7" com maior relevo do futebol mundial.



A Bola É De Todos 

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