Ainda se lembra de... Luis Figo

A rubrica "Ainda se lembra de...", esta semana não vai viajar. É uma espécie de "vá para fora cá dentro". Nesta quinta-feira tenho o gosto de vos relembrar alguém que é uma referência nacional e internacional. A seguir ao saudoso Eusébio da Silva Ferreira, ele elevou bem alto o nome de Portugal quando foi considerado o melhor jogador do mundo. Com uma carreira espetacular e uma vida privada longe da rivalta, estimados leitores, hoje é dia da lenda...Luís Figo!


Luís Filipe Madeira Caeiro Figo, nasceu no dia 4 de Novembro de 1972 em Lisboa.
Os seus primeiros toques na bola foram dados no clube da freguesia da Cova da Piedade, o União Futebol Clube "Os Pastilhas". Mostrou qualidade e potencial e o Sporting Clube de Portugal não pensou duas vezes em levar o jovem para as suas fileiras.
A sua formação no clube leonino teve início em 1984. Com 16 anos, começou a treinar com o plantel principal e pela mão de Manuel José, Figo fez um jogo. Na temporada seguinte e com Raul Águas no comando técnico somou outro jogo. Com Marinho Peres, na época 90/91, incompreensivelmente não realizou qualquer minuto oficial.
Com Carlos Queiroz cimentou definitivamente a sua presença no plantel principal na temporada 91/92 onde efetuou 38 jogos e marcou 1 golo.
Com o passar do tempo, Figo ia se tornando uma figura dos "leões" e chamando atenção de grandes clubes do panorama internacional.
O clube internamente ia tendo vários problemas de instabilidade e devido a prometerem "mundos e fundos" Luís Figo,que já era um nome conhecido no futebol europeu pela conquista do Mundial sub-20, quis abandonar o clube quando faltavam 6 meses para terminar o contrato em vigor.
Foi então que surgiu o interesse do Barcelona que tinha como figura principal no clube e líder da equipa, um senhor chamado, Johan Cruyff.
Com um interesse verdadeiro de um colosso como o Barça, com um treinador que era o criador da tão aclamada ' Dream Team' , não havia motivos para pensar duas vezes. Figo deixava assim o Sporting CP depois de 158 jogos e 23 golos marcados pelo clube de Alvalade.
Figo começava a mostrar o porquê do clube catalão ter apostado em si. Com 21 anos, e logo na primeira temporada, esteve presente em 52 jogos fazendo 8 golos. Em 96/97, de novo outra temporada onde fez 50 jogos e novamente 8 golos. Luís fico começava a tornar-se uma referência do Barcelona.
A meio do seu contrato, o AC Milan quis bater a cláusula de rescisão do jogador português, que naquela altura era de 6 milhões de euros. Com esse interesse do emblema "rossonero" e para não poder porventura perder um jogador com cada vez mais influência na equipa, o 35° presidente da história do Barcelona,Josep Lluis Núnez, apressou-se em renovar o contrato até 2002.
Luis figo era cada vez mais importante para o grupo por todos os motivos e prova disso mesmo foi ter sido o escolhido para liderar a equipa, ficando dono da braçadeira de capitão.
Até que sucedeu algo que abalou o reino blaugrana. Após 249 jogos 45 golos e sendo uma referência do clube, Figo "mudava de lado". Mudava-se para o maior rival de sempre, o Real Madrid.
No ano 2000, o eleito presidente merengue Florentino Perez, batia então a cláusula de rescisão no valor de 65 milhões de euros para conseguir o primeiro jogador para seu projeto "galático".
Esta seria a melhor opção de Luis Figo, tendo em conta as suas conquistas. Venceu o Ballon d'Or no ano 2000,prémio atribuido pela conceituada revista 'France Football'. Ficou em segundo lugar no prémio de melhor jogador do mundo para a FIFA, Zinedine Zidane que mais tarde viria a ser seu companheiro,venceu essa edição. Em 2001 chegaria a vez de Figo vencer o prémio de melhor jogador do 'planeta' com "carimbo" FIFA. Tornou-se logo Campeão espanhol, ou melhor bicampeão, venceu uma edição da Champions League, uma Taça Intercontinental, uma Supertaça Europeia e duas Supertaças de Espanha. Isto em cinco anos no Santiago Barnabéu.
Em 2005 e sem renovar contrato com o Real Madrid, Figo aventurou-se na Série A italiana assinando com o Inter de Milão a "custo 0".
Este desafio em Itália também foi de festejo constante. Para além de outros títulos, tornou-se tetra campeão. O seu último título de campeão foi na época 08/09, com José Mourinho no comando técnico da equipa "nerazzurri".
No dia 16 de Maio de 2009, Figo admitia que no final da temporada iria colocar um ponto final na sua carreira.
O seu último jogo da carreira foi no dia 31 do mesmo mês diante a Atalanta em San Siro. Nessa partida, Javier Zanetti, com o carácter e grande respeito que sempre demonstrou por todos, entregou a braçadeira de capitão a Luis Figo.

Em termos de Seleção, fez parte da geração de ouro que foi Campeã do Mundial de sub-20 em 1991, ao lado de jogadores como João Vieira Pinto ou Rui Costa.
Em 1991 foi o ano em que também se estreou pela Seleção principal num amigável frente ao Luxemburgo.
Luis Figo obteve 127 internacionalizações AA e marcou 32 golos por Portugal.

A globalidade dos números da sua carreira são: 919 jogos e 168 golos marcados.

Olhando para as suas caracteristicas, Figo teve sempre uma postura de um grande líder. Demonstrou sempre ter um grande carisma.
No relvado, era um extremo puro que tinha por natureza própria mais assistir do que ser o próprio a finalizar. Dono de uma técnica acima da média, demonstrava inteligência e muita categoria com a bola nos pés. Com um estilo inconfundível tinha drible curto dificil de parar e era muito forte no um contra um.
Era também um exímio marcador de livres diretos.


Luis Figo foi um jogador de classe mundial. É uma lenda viva portuguesa e uma pessoa respeitada no futebol internacional.
Temos o hábito de não valorizar o que é "nosso",mas Figo foi o primeiro a receber o prémio de melhor do mundo atribuído pela FIFA, visto que na altura de Eusébio ainda não havia essa distinção do organismo que tutela o futebol mundial.
Numa altura em que existia uma "fornada" de grandes jogadores com capacidade de serem os melhores do planeta, Figo conseguiu impor-se e ser uma referência do mundo futebolistico e isso é de louvar. Marcou uma geração de futebolistas portugueses, marcou uma fase no Barcelona, onde poderia vir a ser uma figura histórica do clube e é uma lenda do Real Madrid.
Com uma carreira brilhante, só faltou um título com a Seleção portuguesa para ser a carreira perfeita de um futebolista de topo mundial. Mas de qualquer forma, isso em nada belisca a enorme qualidade e os momentos de grande espetáculo que proporcionou.
Figo fez algo que muitos dos grandes nomes não conseguiram. Terminou os seus 20 anos como profissional de futebol sempre ao mais alto nível e a vencer e isso... não é para todos!




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